Ritual para Guédé, do vodu haitiano

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Estão “quentinhas” as fotos do upload do fotógrafo Andrew Welch no Flickr sobre a cerimônia vodu para Guédé, no Haiti. Nos mitos, essa foi a entidade que teria se transformado Mackandal, o escravo que liderou um das primeira revoltas contra os brancos na então colônia francesa. Saravá!

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Amor e beleza no vodu haitiano

Saut d’Eau é uma cidade da região central do Haiti. É onde acontece uma importante festa religiosa do país, que mistura valores católicos e do vodu. O sincretismo de Erzulie Freda, deusa do amor e da beleza no vodu, com a imagem católica de Nossa Senhora do Carmo. Na cidade de Saut D’Eau há uma grande cachoeira perto de uma igreja, para onde fiéis vão se banhar e festejar suas crenças – forma de fazer uma oferenda nas águas, das quais Freda gosta, assim como o orixá Oxum do candomblé afro-brasileiro.

Só conhecendo um pouco mais da cultura do Haiti para entender que existem diferentes formas de olharmos o empobrecimento do país caribenho. Ele reside, sobretudo, na política partidária, nos serviços públicos e na garantia dos direitos. Mas não atinge a dimensão cultural de um povo que tem história, religião e uma riqueza plural. A celebração aconteceu na semana passada. Fiz uma coleta de fotos deste ano pela internet. Algumas são da página oficial da Minustah, registradas pelo fotógrafo Marco Dormino, e outras do pessoal do Haiti Innovation, no link do slideshow do Flickr.

Aí estão…



Os olhos de Pierre Verger no Haiti

A nossa maior ligação com o Haiti é sem dúvida a diáspora africana, a origem comum dos escravos que, seqüestrados e torturados, foram trazidos para o trabalho na cana-de-açúcar. Enquanto os portugueses exploravam os negros nas plantações nordestinas, a burguesia francesa lucrava com o comércio de escravos principalmente para a colônia de São Domingos, que, posteriormente, se chamaria Haiti. A opressão sobre suas vidas não lhes exterminou os costumes e crenças, motivo de resistência cultural até hoje.

No século 20, um fotógrafo e etnólogo francês estudaria essa história dos negros e sua relação com a religião. Antes de estudar o candomblé na Bahia, Verger fez uma passagem pelo Haiti, onde registrou as celebrações do vodu. São menores os seus registros sobre o país caribenho do que a enorme bibliografia sobre o Brasil. Contudo, suas fotos registram uma frondosa e exuberante semelhança entre nossas matrizes negras. Encontrei algumas fotos digitalizadas no site da Fundação Pierre Verger, sediada em Salvador. As imagns complementam outros posts que já fiz do vodu (aqui e aqui).

Mais uma de vodu pela web

Minhas andanças pela web insistem em parar em fotos de vodu haitiano. Aqui está o link de uma produção do fotógrafo Jean-Claude Coutausse, da National Geographic, numa reportagem chamada “Dançando com espíritos”, de 1995. Também sobre o mesmo trabalho, achei o site pessoal do Coutausse com mais fotos. É uma boa amostra.

Jean-Claude Coutausse

Vodu haitiano em imagens

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No blog do MediaStorm, há um link para o trabalho do The Digital Journalist sobre a religião vodu no Haiti. A apresentação da galeria do fotógrafo Les Stone diz: “A violência é apenas um dos aspectos [no Haiti]; a cultura e a forte dignidade dos haitianos é outra”. Como o candomblé no Brasil, a prática é uma das mais surpreendentes no contato com o cotidiano do país caribenho. Visitei um “terreiro” de vodu em minha primeira viagem ao Haiti, em agosto de 2004. Era o fundo de um terreno bem no alto de Porto Príncipe. Sobre fogueiras, grandes tachos de arroz com lentilhas e carne de porco – as oferendas. O clima era forte. O batuque me lembrava os sons do candomblé maranhense.