Minhas perguntas são simples. E se desde quando a missão de paz tivesse chegado ao Haiti, houvesse o início de uma seqüência de investimentos na produção agrícola familiar de alimentos? Ao mesmo tempo, se tivesse havido medidas governamentais de protecionismo agrícola temporário (afinal, há sim protecionismo justificável para um país arrasado economicamente)? Aposto que provavelmente o problema a alimentação teria uma alternativa mais viável agora nesse crise de alimentos.
Como falei no último post, o arroz haitiano é sufocado pela importação barata da produção norte-americana. E, como isso causa crise, a ONU precisa distribuir mais alimentos. Há poucos dias, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou que está investindo mais recursos para expandir suas operações no Haiti. Segundo o PMA, cerca de US$ 23 milhões, o equivalente a mais de R$ 36 milhões, serão empregados em novos projetos de fornecimento de alimentos no país caribenho.
Uma terceira pergunta. Você sabia que a ONU compra alimentos para ser doados? Uma quarta pergunta. Sabia que entre os fornecedores de arroz do PMA também está os Estados Unidos? Os que forçam a derrocada do arroz haitiano ao vender a produção com tarifas achatadas são os mesmos que vendem arroz para a ONU doar aos haitianos. Ganham duas vezes sobre a miséria que criam. Certo? Agora, leiam essa notícia aqui e vejam o sentido das palavras.