Temporada de furações no Haiti

O Haiti, no meio do Caribe, está próximo à área de formação de furacões do Atlântico. Eles geralmente se formam a partir de tempestades que se originam no oceano Atlântico, passam pelo Haiti, seguem por Cuba e só depois chegam ao sul dos Estados Unidos. E agora a temporada está aberta. Quem conhece o trabalho de prevenção de desastres naturais sabe que o estrago é sempre maior quando furacão passam por áreas pobres, desprovidas de habitação e infra-estrutura decente. Em 2004, semanas após o jogo entre Brasil e Haiti, o furacão Jeanne chegou a matar mais de 3 mil pessoas no Haiti. Depois dele, já vieram muitos, sempre com algum impacto nos locais mais pobres. Nesta imagem de hoje do site da Nasa, dá para ver o final do furacão Gustav.

O Gustav passou no final de agosto no Haiti. Morando em Petionvile, na capital Porto Príncipe, o embaixador brasileiro Igor Kipman enviou o seguinte relato. “O furacão Gustav, de magnitude 1 da escala Saffir-Simpson em sua passagem pelo Haiti, passou nos últimos dias 26 e 27 de agosto pelos departamentos [estados] do Sul, Nippes, Sudeste e Grand’Anse, causando morte e danos materiais nessas regiões. Oficialmente, 77 pessoas morreram e 8 estão desaparecidas devido às chuvas torrenciais e fortes ventos causados pelo Gusvtav. A cidade de Jérémie, no departamento de Grand’Anse foi uma das localidades mais atingidas pelo ciclone. Rios transbordaram e a cidade ficou parcialmente alagada dado o grande volume de precipitação verificado”, escreveu por e-mail com algumas fotos em anexo – uma delas reproduzo a seguir.

Pelo Global Voices, o Janine Mendes-Franco organizou alguns relatos de blogueiros por lá. Um bom foi o do Theo, do blog Pwoje Espwa. “Os rios estão transbordando, já que as montanhas desmatadas não conseguem absorver a chuva. Nós estamos ouvindo sobre muitas pessoas indo para os hospitais com bebês doentes, e que muitos perderam suas plantações, e que haverá menos crianças indo para a escola neste ano acadêmico. O Haiti não precisava disso neste momento. Os preços dos alimentos e dos combustíveis dispararam, dando motivo para manifestações políticas que podem tão facilmente se tornar violentas”, descreveu. “Muitas casas foram destruídas; toneladas e toneladas e produtos agrícolas foram inundados; mais de 60 Haitianos morreram nos últimos dias.”

Depois de Gustav, veio Hanna. No Washington Post, um vídeo da Associated Press com visões aéreas dos alagamentos. Eles fizeram também um infográfico para acompanhar a rota e a intensidade do furacão. No Haiti Innovation, também repercutia o assunto. A BBC reproduziu a fala do presidente René Préval ao comentar que seu país está vivendo uma “catástrofe”, ao ser atingido pela mais recente de três tempestades que mataram 170 pessoas e forçaram milhares a abandonar suas casas. “Nós estamos em uma situação realmente catastrófica”, afirmou o presidente, que pretende realizar conversações em caráter de emergência com representantes de países doadores para pedir ajuda humanitária. Segundo Préval, a mais recente tempestade a atingir o Haiti, Hanna, pode causar ainda mais danos do que o furacão Jeanne.

2 Comments

  1. Nossa Aloisio realmente eles ja tem tantas dificuldades que mais essa tragédia é triste.Sabe se eles estao recebendo alguma ajuda humanitaria ? tenho visto pouca coisa na imprensa sobre o assunto.O “Gustavo “nos Eua tem despertado mais cobertura na imprensa.ab

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  2. Com certeza. A mídia dos Estados Unidos nos chega mais fácil ao Brasil. A ajuda humanitária por lá é difícil, mas Cruz Vermelha, Cáritas e ONU são os primeiros a chegar. E tem outro furacão chegando, o que pode piorar a situação ainda.

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